quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

NEIVA MOREIRA INTERNADO EM ESTADO GRAVE

Neiva Moreira é um dos principais líderes populares do Brasil. Ele começou no Maranhão suas lutas, sempre com um tom radica expresso nos grande movimento de resistência que dirigiu em São Luis. Lançado ao plano nacional se tornou jornalista e conseguiu eleger-se como deputado federal convertendo-se num dos principais líderes da bancada nacionalista no Congresso Nacional. Resistiu ao golpe de 1961 ao lado de Leonel Brizola e no Movimento da Legalidade, seguramente a principal gesta popular do Brasil. Daí nasce uma relação de amizade e irmandade política que se projetou para o resto de sua vida, principalmente na volta para o Brasil para tentar reconstruir o movimento popular radical que se colocara à esquerda do PTB. Participei com ele desta luta que levou à formação do Partido Democrático Trabalhista que reuniu uma plêiade de revolucionários brasileiros, tendo como dirigente Leonel Brizola, tendo um programa dedicado ao caminho brasileiro para o socialismo do qual participou Neiva muito intensamente junto com Brizola, Darcy Ribeiro, Betinho, Julião e, como diriam os mexicanos, “o que vos fala”. Nosso projeto fracassou com a derrota de Brizola na campanha presidencial de 1989. Depois disso ainda conseguimos sobreviver e deixar algumas marcas numa esquerda cada vez mais integrada no sistema político de uma democracia limitada e cada vez mais desmobilizada. Contudo, o PDT manteve no Maranhão uma posição de força radical. A vitória de Jackson Lago, herdeiro da tradição popular que Neiva representa, desafiou firmemente uma das oligarquias regionais mais poderosas do país. Com a ajuda de um destes Tribunais eleitorais que cada vez se levantam mais duramente contra o voto popular e pretendem impor seus protegidos conseguiram retirar do poder o primeiro governador popular honesto e radical deste pais e colocar no poder uma representante direta de uma oligarquia corrupta e superada, derrotada nas eleições. É claro que o Neiva lutador, que durante o exílio produziu uma das publicações mais combativas da esquerda mundial, os CADERNOS DO TERCEIRO MUNDO, não pôde conviver com esta vergonha para a debilitada democracia brasiliera. Ele se encontra em grave estado como nos conta sua companheira de tantos anos, particularmente da contruçao desta imprensa revoluicionária que tanta falta nos faz. Segue uma correspondência emocionada sobre o episódio humano tão triste que estamos vivendo.

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